quarta-feira, 23 de setembro de 2009

MERGULHO NA COMUNIDADE

HISTÓRICO:
A favela do Tiquatira,  localiza-se entre os bairros da Penha e Cangaíba,  zona leste da cidade de São Paulo.  Surgiu a partir de uma invasão de terras,  que,  na verdade,  trata-se de um reordenamento do espaço onde a comunidade estava implantada, pois os moradores foram deslocados de áreas de encostas e de alto risco para áreas mais planas.

A população da região constitui-se de, aproximadamente, 12 000 pessoas, a maioria de origem migrante de regiões pobres do país. Vivem em moradias de estado precário, sem infra-estrutura básica e expostas a condições insalubres. As famílias são numerosas em sua grande maioria, o que se comprova pela grande quantidade de jovens e crianças na comunidade.

O perfil econômico da população é composto de famílias com renda não superior a um salário mínimo. Esta renda é usada principalmente para alimentação, medicamentos e pagamento de taxas. A parte da população geradora de renda, em idade economicamente ativa, vive de sub-empregos, atividades de economia informal ou prestação esporádica de serviços autônomos, por não possuírem escolaridade ou especialização profissional. A maioria está inserida no projeto Renda Cidadã. A região do bairro vizinho possui um forte comércio local, a maioria de origem familiar, e um centro de compras, apesar disso a região tem uma oferta pequena de empregos. Os serviços públicos disponíveis são de saúde e ensino fundamental, biblioteca e casa de cultura. A região é carente de áreas de lazer e de educação especializada. Os serviços públicos oferecidos são precários e não atendem a alta demanda existente. Devida à baixa renda das famílias, as crianças e adolescentes não têm outra opção de atividades fora do período de educação formal. Dentro desse contexto, os mesmos permaneciam num estado de ociosidade fora do seu horário escolar, sofrendo as conseqüências do estado de vulnerabilidade social de suas famílias, como nutrição deficiente, ausência de opções de lazer, e, em alguns casos, chegam a ser aliciados ou envolvidos na mendicância, na criminalidade ou como mão-de-obra barata na economia informal.


Na comunidade Tiquatira, fora a ONG CBAE encontramos mais 2 projetos que atuam especificamente trabalhando com crianças e jovens, sendo um especializado em aulas de capoeira e outro NSE.



INFORMAÇÕES RELEVANTES:
Entrevistamos de uma forma descontraida uma das primeiras moradoras da comunidade,  Dona Hercília - 63 anos,  e seu neto Rodiney - 17 anos, aluno do CBAE inserido no projeto CJ; que nos trouxeram alguns problemas emergentes, anseios e acontecimentos.

Assista ao vídeo:

ULTIMOS ACONTECIMENTOS QUE MARCARAM A COMUNIDADE:

*Passagem da morte é reaberta*

Apesar do perigo, a "passagem da morte" está livre de novo. Com marretas, moradores da Favela Tiquatira, na Penha, Zona Leste, abriram um buraco no muro da CPTM perto da Estação Engenheiro Trindade.
Além de abrir à força a passagem pelos trilhos, a população ainda ateou fogo na passagem subterrânea na Rua do Túnel, localizada a cerca de 100 metros do muro quebrado. Os moradores contam que estão protestando por não terem opções seguras para chegar à Av. Gabriela Mistral e imediações onde ficam as escolas, bancos, comércio e serviços de saúde.
Ou a comunidade de cerca de 5 mil pessoas que vivem na favela desafia os trens ou corre o risco de ser atropelada na passagem subterrânea. Com cerca de três metros de largura, só passa um carro de cada vez e, como não existem calçadas, os pedestres se esgueiram entre os carros. "Trilhos e rua são perigosos. Mas ainda prefiro o trem porque é maior e dá para enxergar. Dá até para correr, mas com os carros não tem jeito", avalia a moradora Maria Rodrigues da Silva, 70 anos.
A principal queixa dos moradores que pulam os muros é que os túneis para atravessar estações de trem são estreitos e sujos. Assim, uma das alternativas estudadas para reduzir as ocorrências de aberturas dos muros e de atropelamentos é construir mais passarelas que transpusessem a linha férrea.
A idéia é aprovada, mas o maior problema é que, na capital, a construção dessas passarelas não sai do papel porque prefeitura e CPTM empurram uma para a outra a responsabilidade pela construção.
A CPTM argumenta que uma lei federal impõe às prefeituras a obrigação de construir passarelas, já que a linha férrea foi construída antes do desenvolvimento das regiões que sofrem com invasões.
Por outro lado, a prefeitura acha o contrário. De acordo com a Secretaria Municipal das Subprefeituras, o entendimento jurídico da pasta é que, em alguns casos, essa responsabilidade seria da CPTM.
A prefeitura informou, no entanto, que irá estudar a possibilidade de fazer uma passagem sobre a favela Tiquatira. Construir passarelas, porém, nem sempre resolve o problema. Muitos dos buracos nos muros, segundo a CPTM, estão situados perto ou até mesmo embaixo das passarelas.

dados: http://www.youtube.com/watch?v=5EDt2NJRgLI

*Confronto - PM  x  Favela Tiquatira*

A confusão começou às 16h30 de terça, depois que PMs detiveram três rapazes em uma quadra de esportes do bairro. Ao perceberem a ação da polícia, um grupo de moradores da favela cercou a viatura para tentar impedir a prisão. Dois dos suspeitos conseguiram fugir.
O único detido foi Vagner Barbosa da Silva, de 19 anos, com quem a PM diz ter encontrado 10 pinos com cocaína, 5 trouxinhas de maconha e 12 bolinhas de haxixe. A mãe dele, a dona de casa Maria Cristina Barbosa, de 39, acabou levada para a delegacia por ter investido contra os policiais.
Às 18 horas, um grupo bloqueou com pneus e pedaços de madeira a Avenida Gabriela Mistral, uma travessa da Marginal do Tietê, e atearam fogo a um ônibus articulado e outros três veículos. "Estava parada no farol e eles chegaram com garrafas de gasolina e álcool nas mãos", disse a condutora do micro-ônibus filiado à Associação Paulistana, identificada apenas como Margarete.
Minutos depois, a favela estava cercada por 120 homens de cinco batalhões e sobrevoada pelo helicóptero Águia. A PM usou balas de borracha e bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes. "Viemos aqui para conter a manifestação e fomos recebidos a pedradas", afirmou o coronel Goulart. "Nossos homens ficarão aqui para restabelecer a ordem."
O rapaz preso durante a tarde seria autuado por tráfico e a mãe dele, por desacato. Parentes disseram que a polícia agiu com violência e negaram que Silva seja traficante. "Meu filho trabalha comigo como ajudante de pedreiro. Nunca mexeu com droga", disse o pai, o também ajudante de pedreiro Ronaldo Ferreira da Silva, de 38 anos. "A gente estava trabalhando numa obra e, como hoje (ontem) acabou mais cedo, ele foi para o campinho."
Dois comerciantes que testemunharam a confusão também reclamaram da atuação da PM. "Nasci nesse bairro e posso dizer que o pessoal da favela é muito tranquilo. Foi a polícia que chegou jogando bomba e dando tiro", disse Pedro Ganav, de 68 anos, dono de uma loja de materiais de construção.
Essa não foi a primeira vez que moradores da Tiquatira se rebelaram. Em agosto do ano passado, um grupo de 200 pessoas ateou fogo a um ônibus e apedrejou outro. Parte do grupo chegou a trocar tiros com a polícia. Na ocasião, suspeitava-se que a manifestação teria sido motivada por uma chacina ou pela morte de um criminoso, baleado pela PM durante um assalto a banco.

AGRESSIVIDADE
"Ele estava em casa e foi jogar bola na quadra. Deixou a mulher e o filho em casa. A polícia chegou enquadrando o pessoal de uma maneira agressiva", disse Maria Cristina Barbosa, de 39 anos, mãe de Vagner da Silva, que teria sido o centro do conflito. Ela também foi presa por desacato, mas acabou liberada no mesmo dia. Vagner permanece preso. "Fui para cima dos policiais para eles não matarem meu filho", afirmou Maria.
Sobre o confronto com a população, o tenente-coronel Espósito classificou o episódio de "ato criminoso" e não de protesto. Os moradores da Tiquatira garantem que a reação violenta contra os policiais foi provocada pelas agressões à mãe de Vagner. "Não estamos certos, mas queimamos tudo só depois que eles (policiais) bateram na senhora", disse uma moradora. "Ninguém acha errado prender traficante, mas o menino não era envolvido com nada."
A comunidade também estava revoltada com a informação divulgada pela PM de que moradores teriam arremessado um bebê de 11 meses pela janela de um ônibus articulado que foi incendiado. "A mãe da criança estava com o bebê no colo e segurando a outra filha pela mão. Na descida do ônibus, o bebê escapou e caiu no meio-fio da rua. Eu a peguei, ajudei a mãe e a outra menina. Levei as três para minha casa e depois para o Hospital Tatuapé", contou o chaveiro Luiz Silva, de 43 anos. A família de Karina Souza Lopes, de 24, mãe das duas crianças, S., de 11 meses, e M , de 5, confirmou a versão do morador, que guardou em sua casa as roupas do bebê, ainda sujas pela queda na rua. As três ficaram feridas, mas apenas a mais nova permanece internada.

Assista ao vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=5EDt2NJRgLI

dados: (Solange Spigliatti, da Central de Notícias, e Bruno Tavares, José Dacauaziliquá e Marcelo Godoy, de O Estado de S. Paulo) - www.estadao.com.br/fotos/tiquatirahelvio600.jpg





quinta-feira, 17 de setembro de 2009

*Conheça a CBAE*


ONG - CBAE - Cruzada Brasileira de Assistência e Educação


QUEM SOMOS: uma organização sem fins lucrativos, de motivação e fundamentação evangélica que atua em uma comunidade carente e tem por finalidade o atendimento às crianças e adolescentes da comunidade Tiquatira (Penha Z/L) em situação de vulnerabilidade social, extensivo ao fortalecimento e a capacitação das famílias.

MISSÃO: promover a integração e a transformação de comunidades carentes por meio de um trabalho solidário junto a crianças, adolescentes e famílias, e garantir o exercício da cidadania tornando-os protagonistas de suas histórias de vida e transformando a comunidade em que está inserida.

VISÃO: Ser uma organização fundamentada em valores cristãos, pautada pela eficiência em programas de inclusão social

HISTÓRICO: A CBAE, foi fundada em 1988 pelo pastor Vicente Lumiento da igreja Batista em Vila Libaneza com a proposta de ministrar cursos profissionalizantes e de alfabetização. Sua localização é dentro da favela Tiquatira (Penha – ZL), onde há 15 anos atua na comunidade efetivamente com ações sócio educacionais, possibilitando que crianças, adolescentes, jovens e suas famílias se tornem cidadãos de uma sociedade mais justa.
Assim a CBAE desenvolve vários programas sócio-educacionais, que contribuem para a formação integral e amplia o universo cultural. Atende em parceria com SMADS crianças e adolescentes, sem distinção de raça, sexo, classe social, credo político e religioso, tornando-os aptos para uma participação mais efetiva na sociedade.
Os recursos financeiros da organização são oriundos de convênio com a Prefeitura Municipal de São Paulo – SMADS, parceria com a RFR Com. e Reciclagem, Itaqueri Nox, Instituto ibi, e doações de pessoas físicas e jurídicas entre outros.

PROJETOS EXISTENTES:
PEPE – Programa de Educação Pré-Escolar - tendo o lúdico como forma de aprender para 30 crianças de 04 a 06 anos;
CCA – Centro para Criança e Adolescentes - que oferece espaço de estar e convívio e trabalho sócio educativo para 140 crianças/adolescentes de 06 a 14 anos;
PETI – Programa de Erradicação Trabalho Infantil – com a mesma proposta do CCA.
CJ – Centro de Juventude - que oferece espaço de proteção social a jovens assegurando espaço com acesso a tecnologia, e o desenvolvimento de competências, propiciando autonomia, facilitando a inserção no mundo do trabalho para 60 adolescentes.

PROJETOS FUTUROS:
SALA DE INFORMÁTICA – em parceria com o CDI adequando-se a realidade da nossa comunidade oferecendo assim aulas de informática às crianças e jovens integrados nos projetos e estendendo às suas famílias.